Em tempos de crise, o sábio constrói pontes, enquanto o tolo, constrói barreiras. Precisamos cuidar uns dos outros como se fossemos uma única “tribo!”

Jesus terminou sua vida de luta pendurado numa cruz, confrontou a desigualdade, o preconceito, a religiosidade e o racismo na linha de frente.

A ideia que temos, de que Jesus, com o sistema que existia na época, era recebido com flores pelas ruas que passava, é no mínimo ingênua. A mulher que quase foi apedrejada, a cura dos leprosos, do louco de Gadara, da mulher com o fluxo de sangue, a cura de um cego na entrada da “periferia” de Jericó; todos estavam em situação de marginalidade, com seus direitos violados. Sem contar seus discípulos, dentre eles, um curtidor de couro, alguns pescadores, um cobrador de imposto e as mulheres que enfrentavam o sistema opressor da época ao seu lado. Jesus devolveu a elas a possibilidade de uma vida digna, não de “poder no campo místico”.

Te convido a refletir comigo qual é, e qual tem sido o nosso papel enquanto discípulos de Jesus.

Está mais do que na hora de sairmos dessa zona mística de conforto e nos responsabilizarmos de fato pelas pessoas, pela dignidade delas. E por que enxergamos isso agora?

A pandemia trouxe consigo não só a grave doença da COVID-19, ela também trouxe consigo a possibilidade de revelar as verdadeiras intenções da humanidade em todos os aspectos. Vivemos um momento na história que mostrou o quanto a atuação da humanidade na natureza, nas cidades, nas escolas, nas empresas e na vida do ser humano pode ser destruidora. O consumo desenfreado, o acúmulo sem sentido, a indiferença com a vida e a intolerância nos âmbitos das raças e da religião, somados ao “salve-se quem puder”, evidenciaram o quanto é preciso parar, rever nossos conceitos de discípulos de Jesus e recomeçar.

O apóstolo Paulo escreveu uma carta para a igreja de Filipos enquanto estava preso, a fim de agradecer e de encorajá-los a manterem a fé independentemente das circunstâncias e de cuidarem um dos outros.

Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros.

De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus. (Filipenses 2:4-5)

Recomeçar, é dar mais uma chance, e mais uma, e mais uma. É saber que estamos em construção, que ainda não acabamos a carreira e que a fé permanece aqui, mesmo pequena como um grão de mostarda. A diferença, é que de grão em grão, juntos, faremos a diferença e vidas serão devolvidas à dignidade.

Não esqueçamos: sempre haverá gente comprometida com a vida e comprometida em residir no endereço mais difícil do mundo, que é o lugar do outro.

Acredite!

Hellen Sousa, líder da Área Social da CCZL – Amor Por Onde For

Um comentário em “Em tempos de crise, construamos pontes!”

  • Parabéns minha amiga. Sigamos construindo essas pontes salvadoras. Sem sempre vamos conseguir, mas vamos viabilizar a partir da disposição do nosso coração em amar com Cristo amou, sem preconceito e sem discriminar. Ótima reflexão! Vc me inspira. 😘

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