Vivemos numa época de acentuado sentimento de espiritualidade num mundo religiosamente plural. Um dos maiores desafios deste século é a coexistência harmônica das religiões. Confundimos diálogo com abandono de convicções; abertura, com afrouxamento de verdades; acolhimento, com assimilação irrefletida.

Nosso cristianismo sofre de grave sentimento de superioridade, nosso protestantismo tem um superego carregado de pretensão exclusiva da verdade. Falta-nos a consciência de que somos peregrinos caminhando em solo sagrado, humildade para tirar nossos “sapatos” – aquilo que está amoldado aos nossos pés: comportamentos, religião, cosmovisão etc.

As solas dos nossos “sapatos” nos dão segurança, mas nos impedem de perceber o solo debaixo dos nossos pés. Tirar os “sapatos” é o ato corajoso de reconhecer a sacralidade do solo comum, não do “sapato”; a atitude humilde de se desarmar por respeito ao outro.

Pobre de quem faz do “sapato” o seu único chão. De simples instrumento de caminhada, quer se passar pelo próprio caminho.

Pastor Daniel Santos

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